Libertarianismo é apenas um conceito de filosofia política e, portanto, inteiramente circunscrito à resposta à pergunta “qual é o papel do Estado?”.
Ser libertário NÃO É concordar, nem discordar, de qualquer tipo de comportamento pessoal. Não é “defender libertinagem”, por exemplo. Você pode ser libertário e ao mesmo tempo tentar convencer as pessoas a aderirem aos seus valores/hábitos/costumes pessoais, sejam eles quais forem. Desde que não queira usar a intervenção estatal de alguma forma para tal, você é um defensor da liberdade, ou seja, é um libertário.
O libertarianismo não interfere nas escolhas individuais sobre como cada um deve conduzir sua própria vida em termos de ‘costumes’, virtudes e moral. O que define se alguém é libertário é a defesa ou não da liberdade individual dos outros PERANTE O ESTADO.
Ser libertário implica apenas compreender que o Estado não deve se intrometer na vida das famílias e dos indivíduos, nem obrigando-os, nem proibindo-os de fazer qualquer coisa, EXCETO quando essas ações prejudiquem a vida, a liberdade ou a propriedade DE TERCEIROS.
Uma filosofia política, como o libertarianismo, não dita como você deve viver. O libertarianismo aborda apenas a questão do “papel do Estado”, e não se propõe a dizer nada sobre a existência ou não de uma verdade objetiva moral para além dos direitos negativos à vida, à propriedade e à liberdade perante o Estado. Portanto, não é relativista do ponto de vista moral, nem é contra a existência de valores e verdades objetivas e universais.
O libertarianismo não se baseia em princípios negativistas, relativistas ou pluralistas quanto à moral, e não nega em nada a existência de um telos Aristotélico e cristão para nossas vidas. O libertarianismo NÃO se propõe a ser uma visão de vida abrangente. Libertarianismo não se propõe a falar sobre a “Liberdade perfeita” (a liberdade do pecado, da infelicidade que ocorre quando se afasta de Deus). Enquanto filosofia política, fala humildemente apenas da liberdade natural de ação terrena do ser humano, perante o Estado, que São Tomás de Aquino definiu como “liberdade da coerção”.
Nenhum libertário cristão deseja, portanto, “equiparar” uma filosofia política com o cristianismo. O cristianismo é algo infinitamente maior e mais importante, com escopo infinitamente mais amplo. E não faz sentido algum criticar o principio da não-agressão (“PNA”) libertário por ele ser um sistema incompleto de moralidade quando o PNA NÃO se propõe a ser isso. Críticos da liberdade individual perante o Estado colocam um peso maior na “defesa da liberdade” do que ela mesma tem.