C A R R E G A N D O . . .

Instituto Libertário Cristão

Desmistificando premissas erradas na intersecção
entre fé, filosofia política, economia e teologia.

Desmistificando premissas erradas na intersecção entre fé, filosofia política, economia e teologia.

Quem somos?

Somos um think-tank sem fins lucrativos cuja missão é mostrar que a filosofia política do libertarianismo é a mais consistente e compatível com o Cristianismo dentre todas as filosofias políticas.

O ILC tem conteúdo de diversos libertários cristãos, sejam católicos ou protestantes, da mesma forma que o conselho de associados do ILC é formado tanto por católicos como por protestantes de diferentes vertentes.

Visão sobre Libertarianismo

Libertarianismo é apenas um conceito de filosofia política e, portanto, inteiramente circunscrito à resposta à pergunta “qual é o papel do Estado?”.

Ser libertário NÃO É concordar, nem discordar, de qualquer tipo de comportamento pessoal. Não é “defender libertinagem”, por exemplo. Você pode ser libertário e ao mesmo tempo tentar convencer as pessoas a aderirem aos seus valores/hábitos/costumes pessoais, sejam eles quais forem. Desde que não queira usar a intervenção estatal de alguma forma para tal, você é um defensor da liberdade, ou seja, é um libertário.

O libertarianismo não interfere nas escolhas individuais sobre como cada um deve conduzir sua própria vida em termos de ‘costumes’, virtudes e moral. O que define se alguém é libertário é a defesa ou não da liberdade individual dos outros PERANTE O ESTADO.

Ser libertário implica apenas compreender que o Estado não deve se intrometer na vida das famílias e dos indivíduos, nem obrigando-os, nem proibindo-os de fazer qualquer coisa, EXCETO quando essas ações prejudiquem a vida, a liberdade ou a propriedade DE TERCEIROS.

Uma filosofia política, como o libertarianismo, não dita como você deve viver. O libertarianismo aborda apenas a questão do “papel do Estado”, e não se propõe a dizer nada sobre a existência ou não de uma verdade objetiva moral para além dos direitos negativos à vida, à propriedade e à liberdade perante o Estado. Portanto, não é relativista do ponto de vista moral, nem é contra a existência de valores e verdades objetivas e universais.

O libertarianismo não se baseia em princípios negativistas, relativistas ou pluralistas quanto à moral, e não nega em nada a existência de um telos Aristotélico e cristão para nossas vidas. O libertarianismo NÃO se propõe a ser uma visão de vida abrangente. Libertarianismo não se propõe a falar sobre a “Liberdade perfeita” (a liberdade do pecado, da infelicidade que ocorre quando se afasta de Deus). Enquanto filosofia política, fala humildemente apenas da liberdade natural de ação terrena do ser humano, perante o Estado, que São Tomás de Aquino definiu como “liberdade da coerção”.

Nenhum libertário cristão deseja, portanto, “equiparar” uma filosofia política com o cristianismo. O cristianismo é algo infinitamente maior e mais importante, com escopo infinitamente mais amplo. E não faz sentido algum criticar o principio da não-agressão (“PNA”) libertário por ele ser um sistema incompleto de moralidade quando o PNA NÃO se propõe a ser isso. Críticos da liberdade individual perante o Estado colocam um peso maior na “defesa da liberdade” do que ela mesma tem.

Missão do ILC

Esclarecer que não há incompatibilidade entre os valores libertários e os valores cristãos. Demonstrar que o amor ao próximo (incluindo o respeito à liberdade, à vida e ao livre-arbítrio do outro), a caridade e a compaixão – ou seja, os valores cristãos – são totalmente compatíveis com os princípios libertários: o respeito à liberdade, à propriedade privada e à vida dos outros.

Queremos que todo cristão se sinta completamente à vontade para também compartilhar da filosofia política libertária, pois acreditamos que esses dois conjuntos de valores são profundamente congruentes em seus alicerces. Mais do que isso, queremos mostrar que os cristãos que compreendem o libertarianismo são ainda mais fiéis aos princípios cristãos e, além disso, contribuem para a redução da miséria a longo prazo.

Valores e Princípios nos quais acreditamos

1) Uma sociedade verdadeiramente cristã deve respeitar o principio da não-agressão, e a liberdade individual perante o Estado, derivado do livre-arbítrio nos dado por Deus:

As mensagens de Cristo são contra a dominação, o autoritarismo, a violência (incluindo a violência estatal), e são 100% compatíveis com o “princípio da não-agressão” libertário. Jesus nos convida a nos aproximarmos de Deus com o exemplo que Ele mesmo nos deu de como agir: via compaixão e persuasão, e não via força bruta e coerção estatal. 

A epistemologia dos “direitos naturais” (alicerce filosófico do Libertarianismo), está calcada na visão judaico/cristã de que somos iguais perante Deus (a verdadeira “lei”), e que estes direitos nos foram dados por Ele. É contraditório que um cristão não defenda o livre-arbítrio perante o Estado, uma instituição mundana, pois o livre-arbítrio nos foi dado por Deus. Ele nos criou com este nível de dignidade: “à Sua imagem e semelhança”, nos amando tanto a ponto de nos conceder a racionalidade e a liberdade de escolha, mesmo sabendo que poderíamos fazer mau uso desse livre-arbítrio. 

Se nem mesmo Deus quis nos forçar a seguir o caminho correto, não seriam políticos, burocratas ou a “maioria” que teriam o direito de forçar alguém a fazer qualquer coisa contra a sua vontade. O autoritarismo estatal/governamental não pode prevalecer sobre o livre-arbítrio, nem que seja “pelo bem do outro”, pois aqui Deus foi muito claro: os fins não justificam os meios, e temos a dignidade do livre-arbítrio que nos foi dada por Ele. Igreja e Estado são instituições incompatíveis, e devem se manter separadas.

 

2)A liberdade de escolher a virtude é a razão pela qual nascemos:

Agir sob a ameaça (direta ou indireta, velada ou explícita, sutil ou não) de qualquer força bruta estatal não melhora corações nem valores, nem nos torna mais virtuosos ou mais cristãos. Sim, o comportamento pode ser legislado, mas uma vez que se torna lei, a conformidade não é virtude. A liberdade liberta os homens para se tornarem virtuosos.

Isso não quer dizer que a liberdade e a não agressão criarão um mundo perfeito. Mas a virtude forçada não tem valor nem aqui nem após a morte. A liberdade não é uma receita para alimentar um homem ou levá-lo ao céu, mas é a única que garante a ele a liberdade de fazer ambas as coisas. A liberdade nos liberta para viver – se escolhermos – uma vida virtuosa neste mundo e uma vida capaz de compartilhar a vida divina no próximo. Esta é a razão pela qual nascemos.

3) A teologia cristã não só é coerente com trocas voluntárias e a propriedade privada, mas também quanto mais intervenção estatal, mais pobreza se gera no longo prazo:

O pensamento cristão é de total respeito à propriedade privada e à troca voluntária (e, portanto, pacífica) entre duas partes quaisquer, e condena o roubo. Além disso, a cooperação voluntária e o respeito às liberdades em um livre mercado formam o melhor caminho para a diminuição dos sofrimentos materiais sobre a Terra. O porquê disso será explicado em detalhe no conteúdo deste Instituto pelas próximas décadas, assim como o porquê dos outros princípios aqui descritos.

As Igrejas podem e devem dar um norte: “quero menos pobreza”. Mas não tem como dizer “como” se deve chegar lá. Economia é uma disciplina. Quando um Papa ou pastor diz que “temos que fazer XYZ via o Estado para reduzir a pobreza”, ele está assumindo como premissa implícita que o “XYZ” vai de fato ser melhor para reduzir a pobreza no longo prazo do que não ter a medida XYZ. Mas a premissa que ele usa de economia pode estar errada, e ainda por cima gerar a “consequência não intencional” de ter o efeito contrário ao desejado. Um Papa ou pastor, por mais bem intencionado que seja, pode acabar sugerindo uma medida econômica que tem o efeito contrário do desejado, apesar de ele não saber disso. Assim, apontar o fato de que ele está errado, e NÃO desejar o aumento da pobreza, não te faz um “desrespeitador da autoridade da Igreja”. Apontar os erros não é somente racional, mas também um bem que se faz, porque se omitir é contribuir para que o “fim” que o próprio Papa/pastor almeja não seja atingido.

 

4) Caridade e instituições: importantes…. e voluntárias:

Temos que ter compaixão com nossos irmãos que sofrem, e ajudá-los. Estamos na Terra justamente para aprender a amar o próximo como a nós mesmos. E a sugestão de Jesus Cristo é a caridade, que, por definição, é algo voluntário. Jesus não nos disse que os fins justificam os meios, e nem que roubar “para um bem maior” era aceitável. Também não nos disse que deveríamos usar o monopólio da força bruta (Estado/governo) para ajudarmos os mais necessitados com a propriedade dos outros.

Os seres humanos foram criados para serem sociais, e diversas instituições podem e devem ajudar para este fim. Mas instituições formadas de forma voluntária e pacíficas. Quando estas instituições não são coercitivas (i.e. estatais), temos a capacidade dada por Deus de resolver problemas de maneira eficaz e coerentes com o evangelho. Instituições baseadas na cooperação mútua — e.g. igreja, família, e empresas — são importantes e coerentes com o que Deus gostaria de nós. A violência do Estado é também especialmente destrutiva porque pretende usurpar as responsabilidades da família, da igreja e de outras instituições sociais voluntárias.

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