C A R R E G A N D O . . .

Instituto Libertário Cristão

Randy England

Esta é a primeira parte da série Objeções ao Libertarianismo, que está dividida em um total de seis partes.

Os católicos que contestam o libertarianismo tendem a basear suas objeções na falta de entendimento sobre que é o libertarianismo. 

Reclamação # 1: A vida é mais do que a liberdade

Uma reclamação é que o libertarianismo é insuficiente como uma orientação para a vida cristã. Dito de outro modo, a crítica alega (corretamente) que o princípio de não agressão não é a resposta para todas as questões. Nessa objeção, eles não conseguem entender que o libertarianismo não é um diagrama completo para a vida de uma pessoa, mas apenas um compromisso a fim de evitar que se inicie uma ação violenta contra outros. O problema não é se o libertarianismo é suficiente, mas se é consistente com a vida cristã. A essência desse estilo de vida foi sintetizada por Jesus nestes dois mandamentos:  

29O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. 30Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. 31O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’ (Marcos 12: 29-31). 

O primeiro mandamento – que trata do relacionamento de cada um com Deus – não é relevante para o princípio de não agressão.  

O segundo mandamento diz respeito ao nosso relacionamento com nosso semelhante: “Ame seu próximo como a si mesmo”. Tal determinação contém o princípio de não agressão (PNA) que equivale exatamente àquele aspecto do mandamento que nos proíbe de fazer aos outros o que não gostaríamos que os outros fizessem a nós.

O crítico irá defender que há mais em amar nosso próximo do que não causar dano a ele: que tal alimentar o faminto, vestir o nu, visitar o doente, perdoar e orar por nosso próximo, e assim por diante, por meio de cada ato de misericórdia tanto corporal quanto espiritual?  

Contudo, como observado anteriormente, a questão não é se o PNA é completo, mas se ele é compatível com o amar nosso semelhante. Alimentar um mendigo pode ser mais louvável do que não roubar o alimento do mendigo, mas a segunda ação é mais necessária do que a primeira. Não há nada no PNA que entre em conflito com o dever cristão para boas obras, caridade e bondade. Não há motivo para criticar o PNA por ser um sistema de moralidade incompleto quando ele jamais se propôs a ser completo por si só.  

Outros críticos da liberdade irão indicar a conduta e os textos de certos libertários como prova de que um católico não pode ser um libertário. Sem dúvida, alguns libertários praticam e aprovam condutas que o ensino católico reprova. Essas, por sua vez, podem envolver aspectos referentes a sexo e casamento, uso de drogas e outros abusos; literalmente, cada escolha errada que as pessoas fazem não viola o princípio da não agressão.  

De novo, o crítico esperar demais da liberdade. Os libertários entendem a liberdade como necessária para o desenvolvimento humano, mas nenhum católico a considera um plano estratégico para sua vida. Deixar nosso semelhante em paz simplesmente caracteriza a base comum de Santo Agostinho à qual todos devem aderir. Nada nesse princípio é contrário à fé católica.  

No próximo artigo, iremos tratar daqueles que defendem que os católicos não podem ser libertários, porque os libertários são individualistas egoístas.


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